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Pelotas e RS

Grande procura por vacina da gripe desabastece as UBS

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02.04.2020 – Retorno da campanha de vacinação contra influenza – Foto Rodrigo Chagas

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) de vários bairros nem tinham aberto as portas nesta quinta-feira (2) e muita gente já esperava para receber a dose da vacina contra o vírus Influenza, causador da gripe.

Em menos de quatro horas, a maior parte das 19.800 doses enviadas pelo Ministério da Saúde, distribuídas entre as 50 UBSs e Centro de Especialidades, haviam terminado. Outras 4 mil doses que estavam reservadas para atender idosos dentro dos carros (drive thru) estão sendo distribuídas entre as UBSs, ao longo da tarde.

Idosos acima de 60 anos, faixa etária prioritária para a imunização a partir desta quinta, formaram filas em vários locais da cidade para receberem a imunização. No Centro de Especialidades as equipes de saúde atenderam mil pessoas durante a manhã, gente que ocupou parte da calçada nas ruas Voluntários da Pátria, Barão de Santa Tecla e Dr. Cassiano. 

A aposentada Marlene Cruz, 82 anos, disse ter esperado pouco para receber a dose. “Tudo muito rápido, ainda bem. Tenho evitado sair de casa, mas para receber a vacina foi necessário. A gente tem que se cuidar, não pode se entregar.”

Ainda no Centro de Especialidades, idosos com dificuldades de locomoção ou alguma deficiência física foram vacinados dentro dos carros em que estavam. “É uma forma de garantir que todos se imunizem e o procedimento seja rápido para evitar longas esperas”, relatou a enfermeira-chefe do turno da manhã , Viviane Gomes.

Nos bairros o movimento também foi intenso e em alguns locais as doses encaminhadas no começo da semana já não estavam mais disponíveis nesta quinta-feira (2). Foi o caso da UBS Salgado Filho que vacinou os moradores assim que a nova remessa chegou e hoje, quando abriu, já não tinha mais.

“Acabamos vacinando as pessoas entre terça e quarta-feira porque muitos idosos vieram até aqui e não tivemos como mandá-los para casa sem a imunização”, explicou a enfermeira-chefe Rosimeri Costa. 

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Situação semelhante ocorreu em boa parte das unidades onde as doses do terceiro lote da vacina da campanha da gripe foram entregues na terça-feira (31). Por causa da grande procura da população, acabaram sendo aplicadas antes do dia marcado para a retomada da imunização dos idosos em Pelotas. A Secretaria de Saúde (SMS) informa que algumas UBSs não foram abastecidas a tempo da retomada da vacinação nesta quinta-feira(2) e receberão as doses ao longo do dia.

Lotes da vacina

De acordo com a prefeita Paula Mascarenhas, a quantidade de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde ainda é insuficiente para atender a demanda da cidade, que hoje tem uma população de idosos estimada em 47 mil pessoas. 

A primeira remessa contra o vírus Influenza, com 18.800 doses, enviada pelo Ministério da Saúde para Pelotas foi direcionada aos profissionais da saúde e distribuído entre os dias 23 e 24 de março. O segundo lote, com apenas 2.000 unidades, atrasou o começo oficial da imunização dos idosos por ter sido um número insuficiente para a proteção mesmo da faixa etária de maiores de 81 anos, o que era a previsão inicial. Naquele momento, foram imunizados aqueles que estão em casas de atendimento a pessoas da terceira idade ou acamados com mais de 60 anos. 

“Os dois primeiros lotes tiveram uma grande procura da população e, como ocorreu essa semana, muitos idosos que foram até os postos à procura da vacina acabaram sendo atendidos para que evitassem circular pelas ruas do município”, explicou Paula.Além do fato das pessoas estarem procurando de forma mais assertiva a vacina neste ano, a 3ª Coordenadoria Estadual de Saúde também justifica a escassez de doses porque a campanha de 2020 foi antecipada pelo governo federal, devido à pandemia de coronavírus, mas sem ter a quantidade de vacinas necessárias para cada município gaúcho.

Drive Thru

Para tornar o processo mais seguro e evitar aglomerações nos locais de vacinação, a Prefeitura estava organizando a imunização pelo sistema conhecido por “drive thru”, em que as pessoas não precisariam descer do veículo para receber a dose contra a gripe. “Mas em função da baixa quantidade de doses enviada pelo governo federal, em Pelotas não haverá vacinação pelo sistema drive thru e as vacinas que seriam utilizadas nessa sistemática, serão direcionadas para as UBSs”, concluiu a prefeita.

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1 Comment

1 Comments

  1. Esteves

    02/04/20 at 17:52

    Eu não consigo entender a lógica dos políticos e os ditos “especialistas” que os assessoram?
    De um lado fazem campanha FIQUEM EM CASA, de outro, fazem mais de 20 MIL pessoal acima da linha de risco (60 anos) sairem até um posto de saúde(local de risco), para vacinar contra um vírus controlado!
    Acabaram de promover uma aceleração no contágio!!!
    INSANO!
    Anotem a data e prestem atenção nos números!

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Pelotas e RS

Conexão Tambury – Pelotas

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Agora que Anthony está viúvo, emborcou na depressão. De repente a vida perdeu o sentido, bem como o trabalho que faz. Ele é repórter na Gazeta de Tamburi, cidade tão pequena quanto pobre em fatos de expressão que justifiquem a existência de um jornal diário impresso.

Para esquentar a mornidão do noticiário, ele é obrigado pelo patrão a escrever sobre pautas que os leitores sugerem e, em geral, envolvem a si próprios como personagens na notícia. Coisas como o caso de um morador que toca saxofone soprando o instrumento com o nariz. Ou o da moradora cuja parede de casa desenvolveu uma mancha que lembra ‘misteriosamente’ a face de Jesus. Matérias assim, prosaicas. Porém que os habitantes gostam de ver publicadas, pelo que, em retribuição ao reconhecimento, assinam o jornal, audando-o a manter-se vivo.

A cidade em que moro não é exatamente como a fictícia Tambury da série inglesa After life. Para começo, existe. Fica no sul-sul do Brasil, a um par de horas prudentes de carro até o Uruguai, parece uma lágrima pingando do mapa e não é tão pequena quanto. É um pouco maior. Porém, assim como em Tamburi, as notícias por aqui se repetem e repetem como os cavalinhos de um velho carrossel.

O Sol brilha. Domingo tem maratona do Sesc. A chuva cai e inunda. Autoridades sobrevivem de revender progresso. A Lua aponta de noite. Verbas de restauração arquitetônica de prédios tombados são liberadas. A umidade embolora até os nervos. Para alegria da indústria de preservação, as restaurações não duram três anos. Corações sentem saudade de épocas menos opacas e, o vazio, nós o preenchemos incensando personagens mais ou menos ilustres. Todos os dias pelo menos uma pessoa morre de fato na cidade. Já a maioria de nós procura se dar bem com todos antes que seja tarde, inclusive a imprensa, alheia ao seu papel original de fiscalizar o poder público; pelo contrário, dele se financiando com mão frouxa.

Com o correr dos anos, que aqui parecem ar mais rápido por iguais, tudo se torna familiar, até as excentricidades. Um morador local conhecido como “Megafone ”, por exemplo. Ele não fala. Ele se pronuncia – sempre aos berros – até quando cochicha, concentrando, em sua voz de galo rouco, a ampla indignação com as auroras impossíveis, com a matação do tempo numa terra que soa carente de validação, daí que a tudo edulcora, sem distinção, sem mérito indiscutível. Entre outros excêntricos, há também um gigante de chapéu verde que toca cavaquinho na rua, materializando uma metáfora.

Visto de longe, o músico dá a impressão de que, transido por terrível comichão na barriga, ele a coça desesperadamente, o que combina à perfeição com as quinas da cidade, a poesia dos periféricos e a urgência por beleza. O gigante insiste em embalar a vida com música. Ocorre que sua caixa de coleta, pousada rente ao seu posto num banco do eio, a os dias cheia de ingratidões, o que, aliás, é outra não novidade por aqui. Mesmo assim, ele dá-se à vista, embora sem Sol, em gélido ar, decidido a levar adiante seu frenesi, aquecendo culturalmente o nosso Sul. Excêntricos. Eles são a carne viva da sociedade. Sua expressão última e verdadeira.

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Há uma história dos anos 70, uma joia do espírito produzida pela nossa inteligência, que expressa – com exceções – uma verdade dolorida sobre nós. Uma constatação sabiamente embalada em humor, essa faculdade vital, por suavizar os dramas, balancear a realidade e evitar que enlouqueçamos. Ela envolve um costureiro e uma noiva.

M. era famoso, sobretudo pelo manejo de tesouras verbais. Terminando de provar no espelho o vestido de casamento que ele confeccionara, a noiva verberou: “Acho que ficou mais ou menos”. M. reagiu: “Aqui em Pelotas tudo é mais ou menos. Eu sou mais ou menos. Tu és mais ou menos. O vestido é mais ou menos. De modo que ficou perfeito”.

Eu mais ou menos não me conformo com isso, embora minha inconformidade seja tão inútil quanto tocar sax com o nariz. Quase ninguém em minha terra parece interessado, de fato, na música. Apenas em sobreviver. Tudo piora quando o dia nubla e a chuva cai.

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Início das obras do novo Hospital Escola da UFPel completa 30 dias

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Há 30 dias foi dado mais um o importante para a construção do novo Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Após a implantação do canteiro de obras, no mês de abril, teve início na etapa de preparação do solo, marcando o começo da construção de um complexo hospitalar, moderno e estruturado, que promete transformar o atendimento à população e qualificar ainda mais o ensino na área da saúde.

O início dos trabalhos concentrou-se na preparação da área, com o fechamento do perímetro do terreno, retirada de árvores necessárias para a implantação do projeto e início da terraplenagem, em 12 de maio, etapa essencial para garantir a estabilidade da futura edificação. A previsão é de que a obra seja concluída em 36 meses, com entrega estimada para o primeiro semestre de 2028.

No último fim de semana foi iniciada demolição da estrutura de vigas e colunas localizada na parte de trás do prédio do Ambulatório Central do HE-UFPel. A demolição dessa área será realizada somente aos fins de semana, para não impactar no funcionamento do Ambulatório.

A construção do novo HE está sob responsabilidade do Consórcio Novo Hospital Escola Pelotas, composto pelas empresas LACA Engenharia (representante oficial do consórcio), CDG Construtora e Multisul Engenharia — todas com experiência consolidada em obras de grande porte no setor público e hospitalar. A próxima fase será o início das fundações, previsto para cerca de 15 dias após o término da terraplenagem.

A obra está sendo monitorada de perto por equipes técnicas do Setor de Infraestrutura Física do HE-UFPel, em conjunto com o Serviço de Manutenção Predial, Projetos e Obras, ligado à Diretoria de istração e Infraestrutura da Rede Ebserh.

As equipes acompanharão cada etapa para garantir que o projeto seja executado conforme as especificações técnicas, normas de segurança e prazos definidos. Para o chefe do Setor de Infraestrutura Física, Rodrigo Kuhn, gerenciar um contrato de uma obra de R$ 274 milhões é um grande desafio. “Como contratante, nossa responsabilidade vai muito além de liberar pagamentos. Desde o início, temos a missão de garantir que todas as condições contratuais sejam cumpridas, especialmente o cronograma da obra. Isso envolve reuniões regulares, relatórios de progresso e, muitas vezes, a necessidade de tomar medidas rápidas para contornar imprevistos”, afirma.

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Compensação ambiental e sustentabilidade

A retirada de árvores, necessária para a execução da obra, foi devidamente autorizada pela Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA). Como contrapartida, está em andamento o projeto “Juntos Podemos Mudar o Mundo”, que reforça o compromisso do Hospital Escola com a sustentabilidade e com a educação ambiental.

Por meio da iniciativa, o HE realiza a distribuição mensal de cerca de 50 mudas de árvores nativas e frutíferas a pacientes que recebem alta hospitalar. As mudas são fornecidas pelo Centro Agropecuário da Palma da UFPel e entregues aos pacientes antes da alta, incentivando o plantio e a consciência ambiental. Com isso, o HE-UFPel alia a responsabilidade legal de compensação ambiental ao compromisso institucional com a promoção da sustentabilidade e do cuidado com o meio ambiente.

Um novo capítulo para o Hospital Escola

A construção da sede própria do HE-UFPel é aguardada há décadas pela comunidade acadêmica e pelos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, o Hospital Escola funciona em uma estrutura locada e com serviços descentralizados em diferentes pontos da cidade, o que impõe desafios logísticos e limitações operacionais para a assistência, o ensino e a gestão.

Mesmo diante dessas restrições, o hospital consegue prestar atendimentos de média e alta complexidade, sendo referência em diversas especialidades e mantendo-se como importante campo de prática para os cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde da UFPel. Com o novo complexo, será possível reunir todos os serviços em um só espaço, qualificando o cuidado ao paciente, otimizando recursos e ampliando a integração entre assistência, ensino, pesquisa e extensão, pilares de um hospital universitário. Para Ricardo Peter, Gerente istrativo do HE-UFPel, o novo Hospital Escola simboliza um marco histórico: “É a concretização de um planejamento estratégico construído a muitas mãos, com responsabilidade e visão de futuro. Cada avanço reafirma nosso compromisso com uma estrutura pública de saúde mais eficiente, integrada e orientada para oferecer excelência no atendimento aos usuários do SUS”.

Impacto social e regional

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Mais do que uma obra física, o novo Hospital Escola representa um investimento direto na qualidade de vida da população da região sul do Rio Grande do Sul. Como unidade de saúde com atendimento exclusivo pelo SUS, o HE-UFPel atua de forma gratuita e com base em princípios públicos, promovendo atenção humanizada, formação crítica e técnica de profissionais, além de produzir conhecimento científico voltado às necessidades da sociedade.

Segundo o superintendente do hospital, professor Tiago Collares, o novo Hospital Escola representa muito mais que uma estrutura moderna: “É um compromisso inabalável com a responsabilidade social que temos para com Pelotas e região. Temos consciência que assumimos a missão de oferecer atendimento de excelência, formação qualificada de profissionais e pesquisa inovadora. Para transformar esta missão em realidade, uma gestão com energia, determinação e visão de futuro é imprescindível”, afirma.

“Estamos mobilizando toda a nossa equipe com foco e vigor, pois sabemos que só com trabalho incansável e comprometido poderemos superar desafios e seguir em frente, rumo ao hospital que nossa comunidade merece. Neste caminho, contamos com o apoio decisivo do Governo Federal, cujo investimento, através do PAC, foi crucial para alavancar este projeto transformador. E, acima de tudo, reconhecemos e agradecemos o apoio constante da sociedade de Pelotas e região – é a confiança, a cobrança justa e o incentivo de cada cidadão, o que fortalecem nossa determinação diária. Juntos, com gestão ágil, apoio institucional e o coração da comunidade, estamos construindo não apenas um novo hospital, mas um legado de saúde, esperança e desenvolvimento para as gerações futuras”, completa Tiago Collares.

Entorno

Toda obra de grande porte gera impactos para a comunidade vizinha, especialmente nos estágios iniciais, com movimentação de solo, barulho e mudanças no entorno. Entretanto, o HE-UFPel acredita que os benefícios a médio e longo prazo serão imensamente superiores: um hospital universitário completo, público, gratuito e de excelência. O novo complexo qualificará aquela região da cidade, que tem potencial para se tornar, em breve, o “Vale da Saúde” — um polo de referência em cuidado, ciência e desenvolvimento sustentável.

Sobre o HE-UFPel

O HE-UFPel faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, istra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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por Clarice Becker com revisão de Vanda Laurentino

Foto: Mariana Duarte

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