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Cultura e entretenimento 2w6762

Anora, grande favorito ao Oscar 4m4y35

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Anora (Mikey Madison) é uma dançarina de um clube de strip-tease e garota de programa que vê sua vida mudar após conhecer Ivan (Mark Eydelshteyn), filho de um poderoso oligarca russo. Impulsivamente, Ani (como ela prefere ser chamada) se casa com o herdeiro, porém, o conto de fadas é ameaçado quando os pais dele entram em cena, obrigando a anular o casamento.

Anora é dirigido e escrito por Sean Baker, um dos principais nomes do cinema independente e um dos diretores mais elogiados da atualidade. Desde Tangerina (2015) que o cineasta aposta no humor ao explorar retratos sensíveis de pessoas marginalizadas.

Ao longo de sua carreira, Baker encabeçou títulos que se tornaram sucessos de público e crítica pela ambiguidade entre crueza e sutileza com que construiu suas produções, como Projeto Flórida (2017) e Red Rocket (2021). Sempre lançando seu olhar para personagens que buscam viver o “sonho americano” e em protagonistas que têm o sexo como forma de sobrevivência, como em Tangerina e Red RocketAnora também mostra uma protagonista que busca seus dias de glória enquanto sobrevive à margem da sociedade e em uma vida sem esperanças. Basta lembrar da mãe e filha do ótimo Projeto Flórida, que moram ao lado do Walt Disney World, mas sem o a ele.

Em sua primeira metade, o longa apresenta a busca pelo “sonho americano” de Ani. Aliás, detalhe para a belíssima fotografia nas cores azul, vermelho e branco de Drew Daniels. Com um olhar afetuoso, mas realista, vemos um equilíbrio entre a curtição desenfreada do casal com uma sutil construção do dilema emocional que a protagonista irá enfrentar. 

Ao apresentar a figura aparentemente encantadora de Ivan, a narrativa oferece à Ani a chance de finalmente viver esse sonho, em um relacionamento que varia entre o interesse financeiro e a possibilidade de um vínculo mais profundo. Na segunda metade, a narrativa enfim transiciona para um tom mais dramático e introspectivo, embora o ritmo siga frenético, retratando os impactos e as consequências das escolhas.

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Mikey Madison se doa de corpo e alma à produção, em uma performance marcante e simplesmente impecável. Apesar de parecer superficial, Anora é forte e determinada, porém, vulnerável e suscetível à promessas que parecem boas demais para ser verdade. Indicada ao Oscar, a atriz entrega uma protagonista complexa, cuja fragilidade continua visível mesmo em seus momentos mais impetuosos.

Com um bom grupo de coadjuvantes, Yura Borisov se destaca como o capanga Igor, trazendo, através de uma presença silenciosa e ameaçadora, uma humanidade inesperada. Indicado como ator coadjuvante, Borisov brilha apenas na sequência final do filme, mas seu pouco tempo em cena me fez questionar a indicação, sendo mais justa a indicação para atores como Denzel Washington (Gladiador II) ou Clarence Maclin (Sing Sing), que roubam a cena em sus filmes.

Vencedor da Palma de Ouro em Cannes e grande favorito ao Oscar de melhor filme, Anora é autêntico e cativante, assim como sua protagonista. Com uma direção segura, Sean Baker capta a essência de uma personagem arrebatadora e envolvente, em uma narrativa que transita entre a leveza e o conflito.

Déborah Schmidt é servidora pública formada em istração/UFPel, amante da sétima arte e da boa música.

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Cultura e entretenimento 2w6762

O esquema fenício, novo filme de Wes Anderson 6g4xh

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O diretor e roteirista Wes Anderson é conhecido pelo seu estilo único e marcante, com imagens perfeitamente simétricas, personagens estranhos e um humor bem peculiar. Talvez a grande crítica às suas produções seja exatamente essa, de seu estilo ser sempre o mesmo, como se o cineasta não se renovasse. Porém, entre seus trabalhos mais recentes, nenhum tem tanto estilo quanto O Esquema Fenício.

Na trama, o excêntrico magnata Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro) já sobreviveu a sucessivas tentativas de assassinato e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl (Mia Threapleton). Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio, mas antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida finalmente saia do papel. Agora, eles precisarão viajar pelo mundo, acompanhados pelo tutor Bjorn (Michael Cera), a fim de negociar pessoalmente com seus parceiros investidores.

O longa é a sexta parceria entre Wes Anderson e o roteirista Roman Coppola, que iniciou em Viagem a Darjeeling (2007). Vale lembrar que 2023 foi um dos anos mais produtivos de Wes Anderson, que além de lançar Asteroid City nos cinemas, fez um projeto de quatro curtas-metragens com a Netflix, adaptando contos do autor Roald Dahl. Todos são imperdíveis, em especial A Incrível História de Henry Sugar,que rendeu a Anderson o primeiro Oscar de sua carreira.

Mesmo sem a profundidade narrativa de seus outros filmes, o diretor consegue, graças a química entre Benicio Del Toro e Mia Threapleton, explorar um relacionamento genuíno entre pai e filha. Além do ótimo trio principal, vemos participações de luxo de habituais colaboradores do diretor, como Willem Dafoe, Tom Hanks, Bryan Cranston, Jeffrey Wright, Bill Murray, Scarlett Johansson e Benedict Cumberbatch.

Trabalhando pela primeira vez com Wes Anderson, a fotografia de Bruno Delbonnel é fantástica, abrangendo toda a cenografia do filme, que tem locações de encher os olhos, e que já encantam logo na sequência inicial. Destaque para as belíssimas sequências em preto e branco, que mostram o mundo onírico do protagonista. Além disso, a trilha sonora é do lendário compositor Alexandre Desplat, parceiro de Anderson desde O Fantástico Senhor Raposo (2009), e vencedor do Oscar com O Grande Hotel Budapeste (2014).

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Para os que acompanham a carreira do diretor, e fãs como eu, os temas comuns de sua filmografia estão presentes aqui: relações familiares, natureza humana e humor improvável. No entanto, o filme traz dois novos elementos, incomuns em seu universo, o suspense e a ação. Reafirmando sua identidade, embora sem o brilho de produções anteriores, Wes Anderson prova com o visualmente ambicioso O Esquema Fenício que ainda é capaz de entregar boas histórias.

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Brasil e mundo 12h5a

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio 6t4rw

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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