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Cultura e entretenimento 2w6762

Nosferatu, adaptação grandiosa de uma história visceral. Por Déborah Schmidt sch

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Em uma nova adaptação do clássico do terror, Nosferatu é um conto gótico sobre a obsessão de um terrível vampiro por uma mulher assombrada. A história se a no século XIX na Alemanha e acompanha o rico e misterioso Conde Orlok (Bill Skarsgård) na busca por um novo lar. O corretor de imóveis Thomas Hutter (Nicholas Hoult) fica responsável por conduzir os negócios de Orlok, e viaja para as montanhas da Transilvânia para encontrar o Conde. Porém, sua jovem e doce esposa, Ellen (Lily-Rose Depp), é continuamente perturbada por sonhos assustadores, e o vampiro a a assombrar sua vida quando recebe a visita de Hutter.

Nosferatu é inspirado no filme de mesmo nome lançado em 1922 dirigido por F. W. Murnau, que, por sua vez, é uma versão do romance Drácula (1897), de Bram Stoker. Desde então, o grande clássico do personagem é a versão de 1979, dirigida por Werner Herzog, e também há uma versão de Francis Ford Coppola em Drácula de Bram Stocker (1992), com Gary Oldman no papel principal. É fato que as adaptações do vampiro se tornaram clássicos do cinema, em uma história de horror visual e psicológico.

Com um impecável currículo de apenas quatro longas-metragens, Robert Eggers conquistou o público e a crítica com A Bruxa (2015). Logo após lançou O Farol (2019) e O Homem do Norte (2022). Com isso, o cineasta ficou conhecido por suas aclamadas obras de terror e de suspense, se tornando um dos realizadores mais respeitados do gênero e um dos meus diretores favoritos. Sua adaptação de Nosferatu é uma produção onde mais uma vez o diretor explora histórias folclóricas e mitológicas com perfeição. Certamente, um dos melhores filmes de sua filmografia.

No elenco, Lily-Rose Depp expõe todas as suas aflições em cena no papel da jovem prometida de Nosferatu desde a juventude, atormentada pelo ado e assombrada pelos próprios desejos. Nicholas Hoult exibe toda a complexidade do agente imobiliário que se torna vítima de circunstâncias sombrias e terríveis, enquanto que o casal de amigos dos protagonistas é formado por Aaron Taylor-Johnson e Emma Corrin, que ficam encarregados de fazer companhia à esposa do corretor, mas que também serão afetados pelas aparições do Conde Orlock. Ainda entre os coadjuvantes vemos o sempre ótimo Willem Dafoe, que trabalhou com Eggers em O Farol, e que aqui interpreta um cientista ocultista chamado para tentar resolver as possessões de Ellen. Ao interpretar o terrível vampiro, Bill Skarsgård está irreconhecível. Diferente de It: A Coisa, em que algumas expressões entregavam seu rosto, em Nosferatu o ator simplesmente desaparece no personagem, construindo uma criatura ainda mais assombrosa, e com as características que o tornam original e enigmático, como o formato dos dentes, a postura, os movimentos corporais e o tom de voz.

Esteticamente brilhante, a cinematografia do diretor de fotografia Jarin Blaschke, indicado ao Oscar por O Farol, presta homenagem à escola expressionista, brincando com luz e sombra de maneira fantástica. Figurino e design de produção também se destacam, com detalhes que nos levam à Alemanha do início do século.

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Em cartaz nos cinemas, Robert Eggers faz de seu Nosferatu uma versão única, e não apenas uma homenagem ao clássico, mas uma adaptação grandiosa de uma história visceral e atemporal.

Jornalista e escritor. Editor do Amigos de Pelotas. Ex Senado, MEC e Correio Braziliense. Foi editor-executivo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Atuou como consultor da Unesco e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Uma vez ganhador do Prêmio Esso de Jornalismo, é autor dos livros Onde tudo isso vai parar e O fator animal, publicados pela Editora Lumina, de Porto Alegre. Em São Paulo, foi editor free-lancer na Editora Abril.

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Cultura e entretenimento 2w6762

O esquema fenício, novo filme de Wes Anderson 6g4xh

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O diretor e roteirista Wes Anderson é conhecido pelo seu estilo único e marcante, com imagens perfeitamente simétricas, personagens estranhos e um humor bem peculiar. Talvez a grande crítica às suas produções seja exatamente essa, de seu estilo ser sempre o mesmo, como se o cineasta não se renovasse. Porém, entre seus trabalhos mais recentes, nenhum tem tanto estilo quanto O Esquema Fenício.

Na trama, o excêntrico magnata Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro) já sobreviveu a sucessivas tentativas de assassinato e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl (Mia Threapleton). Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio, mas antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida finalmente saia do papel. Agora, eles precisarão viajar pelo mundo, acompanhados pelo tutor Bjorn (Michael Cera), a fim de negociar pessoalmente com seus parceiros investidores.

O longa é a sexta parceria entre Wes Anderson e o roteirista Roman Coppola, que iniciou em Viagem a Darjeeling (2007). Vale lembrar que 2023 foi um dos anos mais produtivos de Wes Anderson, que além de lançar Asteroid City nos cinemas, fez um projeto de quatro curtas-metragens com a Netflix, adaptando contos do autor Roald Dahl. Todos são imperdíveis, em especial A Incrível História de Henry Sugar,que rendeu a Anderson o primeiro Oscar de sua carreira.

Mesmo sem a profundidade narrativa de seus outros filmes, o diretor consegue, graças a química entre Benicio Del Toro e Mia Threapleton, explorar um relacionamento genuíno entre pai e filha. Além do ótimo trio principal, vemos participações de luxo de habituais colaboradores do diretor, como Willem Dafoe, Tom Hanks, Bryan Cranston, Jeffrey Wright, Bill Murray, Scarlett Johansson e Benedict Cumberbatch.

Trabalhando pela primeira vez com Wes Anderson, a fotografia de Bruno Delbonnel é fantástica, abrangendo toda a cenografia do filme, que tem locações de encher os olhos, e que já encantam logo na sequência inicial. Destaque para as belíssimas sequências em preto e branco, que mostram o mundo onírico do protagonista. Além disso, a trilha sonora é do lendário compositor Alexandre Desplat, parceiro de Anderson desde O Fantástico Senhor Raposo (2009), e vencedor do Oscar com O Grande Hotel Budapeste (2014).

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Para os que acompanham a carreira do diretor, e fãs como eu, os temas comuns de sua filmografia estão presentes aqui: relações familiares, natureza humana e humor improvável. No entanto, o filme traz dois novos elementos, incomuns em seu universo, o suspense e a ação. Reafirmando sua identidade, embora sem o brilho de produções anteriores, Wes Anderson prova com o visualmente ambicioso O Esquema Fenício que ainda é capaz de entregar boas histórias.

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Brasil e mundo 12h5a

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio 6t4rw

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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