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Cultura e entretenimento 2w6762

Gladiador II, entretenimento de alta qualidade. Por Déborah Schmidt p3i10

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Ambientado décadas após a jornada de Maximus (Russell Crowe), Gladiador II mostra que Roma voltou para uma época de barbárie e corrupção, comandada pelos tirânicos imperadores Geta (Joseph Quinn) e Caracala (Fred Hechinger).

Afastado da mãe Lucilla (Connie Nielsen), Lucius (Paul Mescal) vive em uma cidade litorânea na África. Após perder uma sangrenta e dolorosa batalha contra uma frota romana, Lucius é levado como prisioneiro pelo General Acacius (Pedro Pascal) e comprado pelo senhor da guerra Macrinus (Denzel Washington) para ser treinado como gladiador. Assim, ele vai tentar conseguir sua liberdade e se vingar daqueles que destruíram tudo o que conhecia.

São inevitáveis as comparações com o aclamado Gladiador (2000), e o diretor Ridley Scott tem consciência disso. Com isso, mostra várias conexões com o filme anterior, seja nas presenças de Connie Nielsen e Derek Jacobi, ou com referências a cenas e expressões do primeiro longa.

A figura de Maximus é mencionada o tempo todo, com o legado do gladiador sendo explorado para expandir e homenagear sua mitologia.

O roteiro de David Scarpa comete alguns deslizes, mas aposta no espetáculo para manter o espectador motivado, com Scott utilizando toda a sua experiência ao apresentar sequências de ação e batalhas impressionantes, que dialogam diretamente com a nostalgia do público.

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Um dos diretores mais conceituados de Hollywood, não há cinéfilo que não consiga ar horas discutindo os filmes de Ridley Scott. Afinal, em sua filmografia estão AlienBlade Runner (o meu favorito), Thelma & LouiseFalcão Negro em PerigoO GângsterPerdido em MarteO Último Duelo e tantos outros. Sua importância para o cinema é indiscutível, com produções de gêneros como ficção científica, crime, comédia e drama histórico ao longo de uma carreira de mais de cinco décadas. Bastante versátil, é um cineasta capaz de aliar como poucos os interesses comerciais com a criatividade artística.

Embora com problemas de ritmo entre as cenas de ação e no desenvolvimento dos personagens, o filme se beneficia de uma direção segura e de um design de produção impecável, com uma Roma antiga de encher os olhos através de uma paleta de cores quentes, trazendo uma sensação calorosa principalmente nas intensas sequências de luta. Porém, o tom torna-se mais melancólico e sóbrio na presença dos imperadores gêmeos que, inclusive, são caracterizados com uma pesada maquiagem branca, que realça os olhos arroxeados e serve como reflexo para as suas insanidades.

Enquanto a montagem de obras recentes de Ridley Scott, como o novelesco Casa Gucci e Napoleão, deixava a desejar, aqui ele une forças a Claire Simpson e Sam Restivo para uma variedade de tramas que são delineadas com solidez. Os figurinistas Janty Yates, parceira de longa data de Scott, que venceu o Oscar por Gladiador, e Dave Crossman entregam um trabalho primoroso ao reconstruir Roma através das vestimentas usadas pelos personagens, seja nas armaduras dos gladiadores, nos vestidos deslumbrantes usados por Lucilla ou nos trajes imponentes de Macrinus.

Mesmo com uma merecida indicação ao Oscar pelo belíssimo Aftersun, este é o primeiro grande filme de Paul Mescal, que, como esperado, entrega um ótimo trabalho ao balancear vingança e esperança. Pedro Pascal também se destaca ao conduzir um habilidoso General que, com o ar da trama, demostra arrependimento e outro ponto de vista sobre os jogos do Coliseu, em contrapartida com os personagens de Joseph Quinn e Fred Hechinger, que formam uma dupla interessante de opostos unidos pelo caos.

Não há dúvidas que o elenco é um dos pontos altos do longa, mas quem rouba a cena é Denzel Washington. Sempre fantástico, o ator comprova todo o seu brilhantismo ao interpretar um estrategista genial e brutal. Sua interpretação consegue criar, com apenas olhares, risadas e gestos, uma figura intrigante e enigmática, em uma performance marcante que deve render mais uma indicação ao Oscar.

Épico de batalhas espetaculares e com performances brilhantes, Gladiador II é o melhor entretenimento do ano. Um filme para ser visto no cinema.

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Cultura e entretenimento 2w6762

O esquema fenício, novo filme de Wes Anderson 6g4xh

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O diretor e roteirista Wes Anderson é conhecido pelo seu estilo único e marcante, com imagens perfeitamente simétricas, personagens estranhos e um humor bem peculiar. Talvez a grande crítica às suas produções seja exatamente essa, de seu estilo ser sempre o mesmo, como se o cineasta não se renovasse. Porém, entre seus trabalhos mais recentes, nenhum tem tanto estilo quanto O Esquema Fenício.

Na trama, o excêntrico magnata Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro) já sobreviveu a sucessivas tentativas de assassinato e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl (Mia Threapleton). Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio, mas antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida finalmente saia do papel. Agora, eles precisarão viajar pelo mundo, acompanhados pelo tutor Bjorn (Michael Cera), a fim de negociar pessoalmente com seus parceiros investidores.

O longa é a sexta parceria entre Wes Anderson e o roteirista Roman Coppola, que iniciou em Viagem a Darjeeling (2007). Vale lembrar que 2023 foi um dos anos mais produtivos de Wes Anderson, que além de lançar Asteroid City nos cinemas, fez um projeto de quatro curtas-metragens com a Netflix, adaptando contos do autor Roald Dahl. Todos são imperdíveis, em especial A Incrível História de Henry Sugar,que rendeu a Anderson o primeiro Oscar de sua carreira.

Mesmo sem a profundidade narrativa de seus outros filmes, o diretor consegue, graças a química entre Benicio Del Toro e Mia Threapleton, explorar um relacionamento genuíno entre pai e filha. Além do ótimo trio principal, vemos participações de luxo de habituais colaboradores do diretor, como Willem Dafoe, Tom Hanks, Bryan Cranston, Jeffrey Wright, Bill Murray, Scarlett Johansson e Benedict Cumberbatch.

Trabalhando pela primeira vez com Wes Anderson, a fotografia de Bruno Delbonnel é fantástica, abrangendo toda a cenografia do filme, que tem locações de encher os olhos, e que já encantam logo na sequência inicial. Destaque para as belíssimas sequências em preto e branco, que mostram o mundo onírico do protagonista. Além disso, a trilha sonora é do lendário compositor Alexandre Desplat, parceiro de Anderson desde O Fantástico Senhor Raposo (2009), e vencedor do Oscar com O Grande Hotel Budapeste (2014).

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Para os que acompanham a carreira do diretor, e fãs como eu, os temas comuns de sua filmografia estão presentes aqui: relações familiares, natureza humana e humor improvável. No entanto, o filme traz dois novos elementos, incomuns em seu universo, o suspense e a ação. Reafirmando sua identidade, embora sem o brilho de produções anteriores, Wes Anderson prova com o visualmente ambicioso O Esquema Fenício que ainda é capaz de entregar boas histórias.

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Brasil e mundo 12h5a

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio 6t4rw

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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