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Cultura e entretenimento 2w6762

NÃO SE PREOCUPE, QUERIDA. (Por Déborah Schmidt) 4j6f2f

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Durante os anos 1950, Alice (Florence Pugh) e seu marido Jack (Harry Styles) vivem na utópica comunidade de Victory, que abriga as famílias dos homens que trabalham para o misterioso Projeto Vitória. No entanto, uma das esposas começa a questionar o Projeto e seu objetivo, e a vida perfeita de Alice e Jack começa a cair em ruínas à medida que os segredos da empresa vêm à tona. 

Não se Preocupe, Querida inicia pelo dia a dia das esposas dessa comunidade planejada, que se ocupam com atividades simples, como arrumar a casa, cozinhar e praticar dança, enquanto seus maridos trabalham. Nenhuma delas parece saber exatamente onde eles estão e o que fazem durante o dia, mas são pressionadas a nunca perguntar. Tudo isso sob a liderança de outro casal, formado por Shelley (Gemma Chan) e Frank (Chris Pine), chefe do projeto que está sendo desenvolvido no local. 

A atriz Olivia Wilde fez sua estreia na direção com a aclamada comédia adolescente Fora de Série e mostrou personalidade em seu estilo de direção e na visão estética. Quando assumiu a produção de seu segundo filme, na qual também atua, criou-se muita expectativa, e as polêmicas e o clima turbulento nos bastidores durante a produção tornou o longa um dos mais aguardados do ano, mesmo que pouco se soubesse de sua história. 

Com um enredo intrigante, o roteiro de Katie Silberman não consegue desenvolver sua trama do início ao fim. A principal falha está na falta de detalhes para que o espectador possa explorar melhor, seja no desenrolar da narrativa, quanto no desfecho. O dia a dia de Alice, embora seja ilustrado repetidas vezes, não ganha profundidade ao longo do tempo. É como se faltassem peças para montar o quebra-cabeça. É uma pena que a personagem Margaret (KiKi Layne), a primeira a desconfiar do Projeto, seja mal utilizada e a sua relação com Alice nem é aprofundada. A protagonista, aliás, ao desconfiar de tudo que está acontecendo não tenta investigar o mistério. E quando tenta, temos a melhor sequência do longa, a cena do jantar e seu embate com Frank.  

Com isso, o filme não consegue manter a tensão e o suspense e, ao invés de sugerir e provocar o espectador, o longa entrega sua surpreendente reviravolta muito perto de seu final, o que torna seu desfecho quase impossível de prever.  

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No elenco, a ótima Florence Pugh ganha mais um trabalho de destaque em carreira. Seu papel da “esposa perfeita” mistura o tédio da rotina com devaneios e ilusões criados por ela, em mais uma performance arrebatadora. Quem também rouba a cena é Chris Pine, como o líder dos homens da comunidade, em uma atuação assustadora, cujos planos nunca são realmente vistos, e que merecia mais tempo para explorar a complexidade de seu personagem. Ainda que a pouca experiência fique clara, Harry Styles se esforça, mas não consegue transmitir tridimensionalidade ao seu personagem, que tem, propositalmente, a pompa de um popstar. 

Sem ambições, Não se Preocupe, Querida traz uma história interessante, porém sem profundidade. Disponível na HBO Max, é um entretenimento que reúne boas atuações e um encantador e aterrorizante visual dos anos 50. 

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Cultura e entretenimento 2w6762

O esquema fenício, novo filme de Wes Anderson 6g4xh

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O diretor e roteirista Wes Anderson é conhecido pelo seu estilo único e marcante, com imagens perfeitamente simétricas, personagens estranhos e um humor bem peculiar. Talvez a grande crítica às suas produções seja exatamente essa, de seu estilo ser sempre o mesmo, como se o cineasta não se renovasse. Porém, entre seus trabalhos mais recentes, nenhum tem tanto estilo quanto O Esquema Fenício.

Na trama, o excêntrico magnata Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro) já sobreviveu a sucessivas tentativas de assassinato e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl (Mia Threapleton). Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio, mas antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida finalmente saia do papel. Agora, eles precisarão viajar pelo mundo, acompanhados pelo tutor Bjorn (Michael Cera), a fim de negociar pessoalmente com seus parceiros investidores.

O longa é a sexta parceria entre Wes Anderson e o roteirista Roman Coppola, que iniciou em Viagem a Darjeeling (2007). Vale lembrar que 2023 foi um dos anos mais produtivos de Wes Anderson, que além de lançar Asteroid City nos cinemas, fez um projeto de quatro curtas-metragens com a Netflix, adaptando contos do autor Roald Dahl. Todos são imperdíveis, em especial A Incrível História de Henry Sugar,que rendeu a Anderson o primeiro Oscar de sua carreira.

Mesmo sem a profundidade narrativa de seus outros filmes, o diretor consegue, graças a química entre Benicio Del Toro e Mia Threapleton, explorar um relacionamento genuíno entre pai e filha. Além do ótimo trio principal, vemos participações de luxo de habituais colaboradores do diretor, como Willem Dafoe, Tom Hanks, Bryan Cranston, Jeffrey Wright, Bill Murray, Scarlett Johansson e Benedict Cumberbatch.

Trabalhando pela primeira vez com Wes Anderson, a fotografia de Bruno Delbonnel é fantástica, abrangendo toda a cenografia do filme, que tem locações de encher os olhos, e que já encantam logo na sequência inicial. Destaque para as belíssimas sequências em preto e branco, que mostram o mundo onírico do protagonista. Além disso, a trilha sonora é do lendário compositor Alexandre Desplat, parceiro de Anderson desde O Fantástico Senhor Raposo (2009), e vencedor do Oscar com O Grande Hotel Budapeste (2014).

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Para os que acompanham a carreira do diretor, e fãs como eu, os temas comuns de sua filmografia estão presentes aqui: relações familiares, natureza humana e humor improvável. No entanto, o filme traz dois novos elementos, incomuns em seu universo, o suspense e a ação. Reafirmando sua identidade, embora sem o brilho de produções anteriores, Wes Anderson prova com o visualmente ambicioso O Esquema Fenício que ainda é capaz de entregar boas histórias.

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Brasil e mundo 12h5a

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio 6t4rw

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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