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Cultura e entretenimento 2w6762

O ENFERMEIRO DA NOITE. Por Déborah Schmidt 3y1x3g

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Baseado em uma história real e adaptado da obra de Charles Graeber, O Enfermeiro da Noite conta a história de Charles Cullen (Eddie Redmayne), um enfermeiro condenado à prisão perpétua por matar seus pacientes. 

A tradução do título original “The Good Nurse” para “O Enfermeiro da Noite” não poderia ser mais equivocada. Afinal, o foco do longa baseado no livro jornalístico “O Enfermeiro da Noite: Uma História Real de Medicina, Loucura e Assassinato” não é nos crimes de Cullen, e sim na enfermeira Amy Loughren (Jessica Chastain), que conviveu ao lado do serial killer que silenciosamente matava seus pacientes com overdoses de insulina. Indo de um hospital para outro sempre em circunstâncias suspeitas, ele conseguiu perpetuar seus crimes por 16 anos. A partir do ponto de vista da boa enfermeira, vemos a dualidade de Charlie, um homem aparentemente correto e generoso, que a ajudou em seus piores momentos, mas que quase diariamente matava seus pacientes durante o turno noturno no hospital em que trabalhavam. 

Dirigido pelo dinamarquês Tobias Lindholm, parceiro do cineasta Thomas Vinterberg nos roteiros dos magníficos A Caça e Druk – Mais uma Rodada, o filme conta com o roteiro assinado por Krysty Wilson-Cairns, indicada ao Oscar por 1917. Encorajadora, a trama acompanha uma mulher comum que, em meio aos seus conflitos e dilemas de mãe solo trabalhadora, foi capaz de encerrar um ciclo de violência que nem a gestão de alguns dos maiores hospitais do país conseguiu.

O filme opta por se distanciar da figura de Cullen, não apresentando seu histórico e pouco detalhando sua vida, e resolve adotar a perspectiva de Amy, que se aliou aos investigadores Danny Baldwin (Nnamdi Asomugha) e Tim Braun (Noah Emmerich) e ajudou a polícia a finalmente capturá-lo. Há, ainda, uma crítica ao sistema de saúde norte-americano com Linda Garran (Kim Dickens), uma ex-enfermeira que é a gerente de riscos do hospital, em um arco narrativo promissor, mas que acaba decepcionando.  

Protagonizado por uma talentosa dupla de vencedores do Oscar, Eddie Redmayne impressiona com uma poderosa performance que consegue fazer do “Anjo da Morte” um personagem que mistura simpatia e medo, através de uma fala mansa e tímida que escondia o monstro que matou pacientes indefesos. Ao seu lado, Jessica Chastain carrega o filme em mais uma excelente atuação, estampando todo o estado emocional de sua personagem e ganhando a empatia do espectador com sua humanidade e coragem. 

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Disponível na Netflix, que aproveita o sucesso do gênero True Crime, O Enfermeiro da Noite transforma a trajetória do serial killer mais letal dos EUA em uma história inspiradora.

Déborah Schmidt é servidora pública formada em istração/UFPel, amante da sétima arte e da boa música.

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Cultura e entretenimento 2w6762

O esquema fenício, novo filme de Wes Anderson 6g4xh

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O diretor e roteirista Wes Anderson é conhecido pelo seu estilo único e marcante, com imagens perfeitamente simétricas, personagens estranhos e um humor bem peculiar. Talvez a grande crítica às suas produções seja exatamente essa, de seu estilo ser sempre o mesmo, como se o cineasta não se renovasse. Porém, entre seus trabalhos mais recentes, nenhum tem tanto estilo quanto O Esquema Fenício.

Na trama, o excêntrico magnata Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro) já sobreviveu a sucessivas tentativas de assassinato e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl (Mia Threapleton). Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio, mas antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida finalmente saia do papel. Agora, eles precisarão viajar pelo mundo, acompanhados pelo tutor Bjorn (Michael Cera), a fim de negociar pessoalmente com seus parceiros investidores.

O longa é a sexta parceria entre Wes Anderson e o roteirista Roman Coppola, que iniciou em Viagem a Darjeeling (2007). Vale lembrar que 2023 foi um dos anos mais produtivos de Wes Anderson, que além de lançar Asteroid City nos cinemas, fez um projeto de quatro curtas-metragens com a Netflix, adaptando contos do autor Roald Dahl. Todos são imperdíveis, em especial A Incrível História de Henry Sugar,que rendeu a Anderson o primeiro Oscar de sua carreira.

Mesmo sem a profundidade narrativa de seus outros filmes, o diretor consegue, graças a química entre Benicio Del Toro e Mia Threapleton, explorar um relacionamento genuíno entre pai e filha. Além do ótimo trio principal, vemos participações de luxo de habituais colaboradores do diretor, como Willem Dafoe, Tom Hanks, Bryan Cranston, Jeffrey Wright, Bill Murray, Scarlett Johansson e Benedict Cumberbatch.

Trabalhando pela primeira vez com Wes Anderson, a fotografia de Bruno Delbonnel é fantástica, abrangendo toda a cenografia do filme, que tem locações de encher os olhos, e que já encantam logo na sequência inicial. Destaque para as belíssimas sequências em preto e branco, que mostram o mundo onírico do protagonista. Além disso, a trilha sonora é do lendário compositor Alexandre Desplat, parceiro de Anderson desde O Fantástico Senhor Raposo (2009), e vencedor do Oscar com O Grande Hotel Budapeste (2014).

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Para os que acompanham a carreira do diretor, e fãs como eu, os temas comuns de sua filmografia estão presentes aqui: relações familiares, natureza humana e humor improvável. No entanto, o filme traz dois novos elementos, incomuns em seu universo, o suspense e a ação. Reafirmando sua identidade, embora sem o brilho de produções anteriores, Wes Anderson prova com o visualmente ambicioso O Esquema Fenício que ainda é capaz de entregar boas histórias.

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Brasil e mundo 12h5a

Antes de Gaga, Madonna já havia aprontado no Rio 6t4rw

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Em seu show no Rio, em maio de 2024, Madonna exibiu numa tela ao fundo do palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kahlo. Foi surpreendente que o tenha feito, afinal, ela se apresenta como defensora dos direitos das minorias, inclusive da Queer, como faz Gaga, minoria que se fez maioria em ambos os shows.

Na ocasião, Madonna soou mais inconsequente que Gaga com seu “Manifesto do Caos”.

Os livros contam que o governo cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, chegando a fuzilá-los por isso. Por quê? Porque os considerava hedonistas — indivíduos de natureza subversiva ao regime de exceção. Por serem, para eles, incapazes de controlar seus ardores sensuais e, por conseguinte, de se enquadrar em um regime em que a liberdade não tinha lugar, muito menos de fala.

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, a artista ainda teve a pachorra de pintar um quadro com o rosto de Stálin, exposto até hoje em sua casa-museu, para iração de boquiabertos turistas bem informados sobre os fatos.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista por um show de um par de horas em que, literalmente, performou. Sem esforço, fingiu que cantava. Playback.

Dizem que artistas, por natureza, são “ingovernáveis”. A visão que eles teriam de vida seria mais importante do que a vida, do que a matéria. Pois há artistas e artistas.

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Madonna é dessas sumidades que a gente não sabe, de fato, o que pensa. Apenas intui, por projeção. Tente lembrar de alguma fala substancial dela. Não lembramos, porque vive da imagem que criou. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da trajetória, depois de ganhar a vida, artistas costumam surpreender o público, mostrando sua verdadeira face em biografias. Pelo desconforto de partir com uma máscara mortuária falsa.

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