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A adolescência prolongada (Por Montserrat Martins) 3b4r8

Estamos numa era onde as pessoas têm de ar muito mais anos em formação até conseguir um “lugar ao sol” no mercado de trabalho

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Se você tiver até 34 anos pode ser dependente de sócio, avisa um anúncio, no rádio, do Sindicato dos Engenheiros. Uma surpresa, para quem estava acostumado a ver a situação de “dependente” só até os 17 anos, mas existe uma lógica que explica o conceito de “maioridade” não começar aos 18 e sim aos 35 anos, em nossos dias: estamos numa era de “adolescência prolongada”, onde as pessoas têm de ar muito mais anos em formação até conseguir um “lugar ao sol” no mercado de trabalho.

Na Medicina isso se tornou evidente com a demanda pela Residência Médica, pois antigamente após 6 anos de faculdade o profissional iniciava sua carreira, muitas vezes indo para alguma cidade do interior para formar uma clientela. Agora os 3 anos adicionais de Residência são uma necessidade, pois o médico sem uma especialização não é valorizado nem procurado como antes.

Em todas as profissões se exigem cada vez mais cursos, algumas que não exigiam formação específica (por exemplo, Corretor de Imóveis) aram a exigir. Até o ensino fundamental, que era de 8 anos décadas atrás, aumentou para 9 anos.

A “adolescência prolongada” é uma tendência social cada vez mais evidente, numa era em que os filhos dependem do apoio dos pais até uma idade bem mais tardia do que era costume, antigamente. Não são mudanças que ocorrem por conta das famílias, são demandas da sociedade como um todo.

Foi assim com a “invenção da infância”, pois séculos atrás os filhos eram criados para servirem aos pais, havia inclusive o trabalho infantil, foi no século 20 que a situação mudou e aram a ser reconhecidas as necessidades da criança em ter tempo para brincar e prioritariamente estudar, ao invés de trabalhar, quando então ou a ser coibido o trabalho infantil. Ao invés de servirem aos pais, aram a ser vistos como aqueles aos quais os pais devem atender, em suas necessidades emocionais. Parece óbvio tudo isso hoje, mas até um século atrás não era.

Os teóricos que explicam o comportamento social como decorrência da economia dizem que o surgimento da indústria de brinquedos influenciou na “invenção da infância” e que o crescimento do negócio de cursos profissionais cada vez mais especializados é que está por trás da “adolescência prolongada”. Outro fator, óbvio, é o aumento da competição, nas sociedades de massas, com enorme aumento das populações. E quanto mais estresse, por trabalho, mas surgem outras necessidades também, como o lazer e o humor. É a sociedade que muda, como um todo, e as famílias se adaptam a isso.

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Brasil e mundo 12h5a

Pergunte à Alexa, é um caminho sem volta 3k3f1r

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O mundo tem parecido uma grande confusão. É difícil decifrar o tempo vivendo nele, mas aquela sensação tem a ver com o aumento da produtividade. Em séries antigas de tevê, como Jornada nas Estrelas e Perdidos no Espaço, os personagens não fazem trabalho braçal. Máquinas e robôs fazem tudo. É o que está acontecendo.

Nos últimos anos, a produtividade acelerou muito, assim como o desemprego. Tudo agora é virtual, no celular. Os bancos, os escritórios, dois exemplos, não têm mais quase funcionários. A gente sabia que ia acontecer, como sabe que, logo ali, não se vai mais usar gasolina para mover veículos. De uma hora pra outra a mudança vem, o mundo vira do avesso e revoluciona a vida das pessoas.

Antes a economia era estável, por quê? Porque tudo era essencial. Hoje, com a produtividade alta, a maioria das coisas deixou de ser essencial. Agora compramos uma caneta por achá-la bonita, não porque precisamos dela. Roupas, a mesma coisa. Muitas coisas estão assim. Carros, tendo transporte de aplicativo, pra que comprar?

Quando há uma crise, a economia tranca porque 95% das coisas que compramos foi porque nos convenceram a comprar. Não são necessárias, e, ainda mais depois da pandemia, nos demos conta de que amos muito bem sem elas.

Nesse mundo novo, estamos sendo obrigados a inventar necessidades pra justificar o nosso trabalho. Mais ou menos como o barman que faz malabarismo com os copos pra se diferenciar.

Se a economia tranca e resolvemos economizar, só compramos comida e água; é o que todo mundo faz. Então, a economia tem que ser muito mais bem istrada, para não ter esses solavancos. Tudo mudou, e isso ficou mais claro nos últimos cinco anos. É como a água que vai batendo num castelo de areia, numa hora ele cai.

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Nos próximos anos, vão ocorrer mais modificações.

Estão tentando obter energia por fusão nuclear. Já estão conseguindo, falta controlar a reação, para poder concentrá-la.

Uma quantidade mínima de hidrogênio, elemento mais abundante no universo, se transforma numa quantidade colossal de energia, e limpa. Assim, uma pequena usina — instalada digamos em São Paulo — poderá fornecer energia para todo o Brasil, a custo baratíssimo.

Quando controlarem o H, vão acabar as hidrelétricas, acabar a extração do petróleo para uso combustível. Petróleo poderá ser usado ainda, mas na petroquímica (nylon, plástico etc.).

Já estão fabricando em laboratório até alimentos ricos em proteína como substitutos da carne, e mais baratos. Daqui 20, 30 anos, áreas onde hoje se planta e há gado vão ficar pra vida selvagem. Vastas áreas serão devolvidas à natureza. Dois terços do Brasil, estima-se.

Outra coisa que vai evoluir é a IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar. IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa.

Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar.

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Cultura e entretenimento 2w6762

O esquema fenício, novo filme de Wes Anderson 6g4xh

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O diretor e roteirista Wes Anderson é conhecido pelo seu estilo único e marcante, com imagens perfeitamente simétricas, personagens estranhos e um humor bem peculiar. Talvez a grande crítica às suas produções seja exatamente essa, de seu estilo ser sempre o mesmo, como se o cineasta não se renovasse. Porém, entre seus trabalhos mais recentes, nenhum tem tanto estilo quanto O Esquema Fenício.

Na trama, o excêntrico magnata Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro) já sobreviveu a sucessivas tentativas de assassinato e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl (Mia Threapleton). Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio, mas antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida finalmente saia do papel. Agora, eles precisarão viajar pelo mundo, acompanhados pelo tutor Bjorn (Michael Cera), a fim de negociar pessoalmente com seus parceiros investidores.

O longa é a sexta parceria entre Wes Anderson e o roteirista Roman Coppola, que iniciou em Viagem a Darjeeling (2007). Vale lembrar que 2023 foi um dos anos mais produtivos de Wes Anderson, que além de lançar Asteroid City nos cinemas, fez um projeto de quatro curtas-metragens com a Netflix, adaptando contos do autor Roald Dahl. Todos são imperdíveis, em especial A Incrível História de Henry Sugar,que rendeu a Anderson o primeiro Oscar de sua carreira.

Mesmo sem a profundidade narrativa de seus outros filmes, o diretor consegue, graças a química entre Benicio Del Toro e Mia Threapleton, explorar um relacionamento genuíno entre pai e filha. Além do ótimo trio principal, vemos participações de luxo de habituais colaboradores do diretor, como Willem Dafoe, Tom Hanks, Bryan Cranston, Jeffrey Wright, Bill Murray, Scarlett Johansson e Benedict Cumberbatch.

Trabalhando pela primeira vez com Wes Anderson, a fotografia de Bruno Delbonnel é fantástica, abrangendo toda a cenografia do filme, que tem locações de encher os olhos, e que já encantam logo na sequência inicial. Destaque para as belíssimas sequências em preto e branco, que mostram o mundo onírico do protagonista. Além disso, a trilha sonora é do lendário compositor Alexandre Desplat, parceiro de Anderson desde O Fantástico Senhor Raposo (2009), e vencedor do Oscar com O Grande Hotel Budapeste (2014).

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Para os que acompanham a carreira do diretor, e fãs como eu, os temas comuns de sua filmografia estão presentes aqui: relações familiares, natureza humana e humor improvável. No entanto, o filme traz dois novos elementos, incomuns em seu universo, o suspense e a ação. Reafirmando sua identidade, embora sem o brilho de produções anteriores, Wes Anderson prova com o visualmente ambicioso O Esquema Fenício que ainda é capaz de entregar boas histórias.

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