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Opinião

Nicolás Maduro para a queda

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Aprecio monólogos. Logicamente os meus bem-amados são os das peças de Shakespeare, especialmente em Henrique V, quando ele conclama o seu povo, no dia de Saint Crispian, a lutar como “irmãos”.

Quero, contudo, comentar sobre outro William Shakespeare, se é que é possível, haja vista que um raio não cai no mesmo lugar, mas Charles Chaplin, pelo menos a mim, é algo semelhante ou parecido a Shakespeare.

Em seu discurso em The Great Dictator, Chaplin diz: “É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!”.

Agora, qual o por que de eu trazer esses dois discursos à baila, já que estaria invadindo o departamento da minha querida amiga Débora?

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Ora, a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela, algo tão triste e melancólico para a América Latina e para o quase finado Mercosul, pois por força da tríplice aliança de esquerda formada por Dilma, Cristina Kirchner e Pepe Mujica, a Venezuela alçou o papel de Estado Membro do Mercado Comum do Sul.

A chicana orquestrada pelos nossos amiguinhos da esquerda acarretou na suspensão das negociações com a União Europeia, cujo Tratado de Livre Comércio era aguardado ainda para 2012.

Num pleito eleitoral cercado de mistérios, a vitória foi da abstenção. Os venezuelanos não têm tempo de pensar em votar. Eles têm fome. Maduro, como todo bom ditador, fechou as fronteiras com o Brasil, impedindo, quem sabe, aqueles que aqui estão de retornarem à pátria mãe para eleger outro candidato que não o ex-líder sindical e braço direito de Hugo Chávez.

Nicolás Maduro (para a queda)

Por aqui identifiquei a comemoração da vitória de Maduro por parte do PC do B, partido da presidenciável Manuela, que se fez mais presente ao lado de Lula do que na sua pré-campanha à presidência.

A saudação traz à tona o antigo clichê da esquerda, qual seja, o blá-blá-blá de que o imperialismo dos EUA é o grande vilão que existe em toda a face da Terra e que a resistência da esquerda bolivariana é uma vitória de todos aqueles que acreditam num mundo mais justo e solidário.

Adiante, o grau de violação aos Direitos Humanos na Venezuela é tão absurdo que ocuparia a pauta das Cortes Internacionais por décadas. É algo que só pode ser comparado à Síria e a alguns países da África.

Maduro, com o perdão da palavra, é um débil mental, um lunático, que, pasme, possui seguidores pelo Brasil, cuja moeda de promoção é o preço da Gasolina num país que está sobre uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

Claro, é barato se abastecer um tanque, mas gostaria de ver os mesmos patrocinadores de Maduro tendo de conviver numa realidade semelhante à narrada por Orwell em 1984. Numa das agens, o herói Winston Smith está saindo do conjunto habitacional e é interpelado pelo seu vizinho, Parsons. Este o indaga se há como compartilhar alguma lâmina de barbear, haja vista que as mesmas estavam em falta.

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Note-se que lâminas de barbear são, hoje, artigos supérfluos na Venezuela. Itens mínimos para higiene pessoal não existem nos supermercados. Os venezuelanos foram reduzidos à condição análoga de escravos. Seu ditador, entretanto, defende a legitimidade de seu governo baixo o argumento de ter sido eleito democraticamente.

Depois de ver e rever o discurso de Chaplin, convido o leitor a refletir sobre a ignorância que repousa sobre a Venezuela.

Maduro é um ser descapacitado de qualquer condição de governar, liderar e operar uma máquina pública. É um ditador que conclama seu povo para ir às urnas votar não nele, senão contra o inimigo chamado de “imperialismo estadunidense”.

Complexo, os pássaros negros da solidão ainda manterão seus ninhos sobre a triste população da Venezuela. Oxalá que a justiça prospere e que as palavras de Chaplin de façam ouvidas.

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1 Comment

1 Comments

  1. kafka

    22/05/18 at 15:28

    O Maduro é mais apedeuta do que o Lula. Mal sabe garatujar o nome. Mas foi elogiado pelo PCdoB da Manuela a da Vanessa Grazziotin, comunistas de butique. Elas que peguem seus atuais companheiros (ou camaradas?) e sigam para viver no paraíso da Venezuela…

Brasil e mundo

Pergunte à Alexa, é um caminho sem volta

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O mundo tem parecido uma grande confusão. É difícil decifrar o tempo vivendo nele, mas aquela sensação tem a ver com o aumento da produtividade. Em séries antigas de tevê, como Jornada nas Estrelas e Perdidos no Espaço, os personagens não fazem trabalho braçal. Máquinas e robôs fazem tudo. É o que está acontecendo.

Nos últimos anos, a produtividade acelerou muito, assim como o desemprego. Tudo agora é virtual, no celular. Os bancos, os escritórios, dois exemplos, não têm mais quase funcionários. A gente sabia que ia acontecer, como sabe que, logo ali, não se vai mais usar gasolina para mover veículos. De uma hora pra outra a mudança vem, o mundo vira do avesso e revoluciona a vida das pessoas.

Antes a economia era estável, por quê? Porque tudo era essencial. Hoje, com a produtividade alta, a maioria das coisas deixou de ser essencial. Agora compramos uma caneta por achá-la bonita, não porque precisamos dela. Roupas, a mesma coisa. Muitas coisas estão assim. Carros, tendo transporte de aplicativo, pra que comprar?

Quando há uma crise, a economia tranca porque 95% das coisas que compramos foi porque nos convenceram a comprar. Não são necessárias, e, ainda mais depois da pandemia, nos demos conta de que amos muito bem sem elas.

Nesse mundo novo, estamos sendo obrigados a inventar necessidades pra justificar o nosso trabalho. Mais ou menos como o barman que faz malabarismo com os copos pra se diferenciar.

Se a economia tranca e resolvemos economizar, só compramos comida e água; é o que todo mundo faz. Então, a economia tem que ser muito mais bem istrada, para não ter esses solavancos. Tudo mudou, e isso ficou mais claro nos últimos cinco anos. É como a água que vai batendo num castelo de areia, numa hora ele cai.

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Nos próximos anos, vão ocorrer mais modificações.

Estão tentando obter energia por fusão nuclear. Já estão conseguindo, falta controlar a reação, para poder concentrá-la.

Uma quantidade mínima de hidrogênio, elemento mais abundante no universo, se transforma numa quantidade colossal de energia, e limpa. Assim, uma pequena usina — instalada digamos em São Paulo — poderá fornecer energia para todo o Brasil, a custo baratíssimo.

Quando controlarem o H, vão acabar as hidrelétricas, acabar a extração do petróleo para uso combustível. Petróleo poderá ser usado ainda, mas na petroquímica (nylon, plástico etc.).

Já estão fabricando em laboratório até alimentos ricos em proteína como substitutos da carne, e mais baratos. Daqui 20, 30 anos, áreas onde hoje se planta e há gado vão ficar pra vida selvagem. Vastas áreas serão devolvidas à natureza. Dois terços do Brasil, estima-se.

Outra coisa que vai evoluir é a IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar. IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa.

Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar.

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Cultura e entretenimento

O esquema fenício, novo filme de Wes Anderson

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O diretor e roteirista Wes Anderson é conhecido pelo seu estilo único e marcante, com imagens perfeitamente simétricas, personagens estranhos e um humor bem peculiar. Talvez a grande crítica às suas produções seja exatamente essa, de seu estilo ser sempre o mesmo, como se o cineasta não se renovasse. Porém, entre seus trabalhos mais recentes, nenhum tem tanto estilo quanto O Esquema Fenício.

Na trama, o excêntrico magnata Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro) já sobreviveu a sucessivas tentativas de assassinato e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl (Mia Threapleton). Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio, mas antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida finalmente saia do papel. Agora, eles precisarão viajar pelo mundo, acompanhados pelo tutor Bjorn (Michael Cera), a fim de negociar pessoalmente com seus parceiros investidores.

O longa é a sexta parceria entre Wes Anderson e o roteirista Roman Coppola, que iniciou em Viagem a Darjeeling (2007). Vale lembrar que 2023 foi um dos anos mais produtivos de Wes Anderson, que além de lançar Asteroid City nos cinemas, fez um projeto de quatro curtas-metragens com a Netflix, adaptando contos do autor Roald Dahl. Todos são imperdíveis, em especial A Incrível História de Henry Sugar,que rendeu a Anderson o primeiro Oscar de sua carreira.

Mesmo sem a profundidade narrativa de seus outros filmes, o diretor consegue, graças a química entre Benicio Del Toro e Mia Threapleton, explorar um relacionamento genuíno entre pai e filha. Além do ótimo trio principal, vemos participações de luxo de habituais colaboradores do diretor, como Willem Dafoe, Tom Hanks, Bryan Cranston, Jeffrey Wright, Bill Murray, Scarlett Johansson e Benedict Cumberbatch.

Trabalhando pela primeira vez com Wes Anderson, a fotografia de Bruno Delbonnel é fantástica, abrangendo toda a cenografia do filme, que tem locações de encher os olhos, e que já encantam logo na sequência inicial. Destaque para as belíssimas sequências em preto e branco, que mostram o mundo onírico do protagonista. Além disso, a trilha sonora é do lendário compositor Alexandre Desplat, parceiro de Anderson desde O Fantástico Senhor Raposo (2009), e vencedor do Oscar com O Grande Hotel Budapeste (2014).

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Para os que acompanham a carreira do diretor, e fãs como eu, os temas comuns de sua filmografia estão presentes aqui: relações familiares, natureza humana e humor improvável. No entanto, o filme traz dois novos elementos, incomuns em seu universo, o suspense e a ação. Reafirmando sua identidade, embora sem o brilho de produções anteriores, Wes Anderson prova com o visualmente ambicioso O Esquema Fenício que ainda é capaz de entregar boas histórias.

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